As ações do Nubank fecharam em queda de 8,22% na terça-feira (03), atingindo a mínima histórica de US$ 5,47 na Bolsa de Nova York. Analistas indicam que o principal motivo para a desvalorização dos papéis é a antecipação do fim do lock-up divulgado pela fintech.
Lock-up é o período definido para o processo de IPO (Oferta Pública Inicial), em que os investidores que adquiriram as ações na primeira oferta de capital não podem negociar os papéis durante um determinado tempo, sob pena de multa.
As ações estão quase 40% abaixo do preço a que foram vendidas na IPO, em dezembro, quando teve seus papéis precificados a US$ 9. Agora, o Nubank já vale US$ 5 bilhões a menos do que quando o bilionário Warren Buffett decidiu investir na fintech, em junho. Na época, ainda com capital fechado, o banco digital foi avaliado em US$ 30 bilhões.
Nubank despenca na bolsa de valores americana
O fim do lock-up estava originalmente previsto para 7 de junho, mas foi antecipado para coincidir com a divulgação do balanço do Nubank, no dia 17 de maio. De acordo com os gestores da bolsa de valores americana, a mudança tem um efeito psicológico nos acionistas.
Ao prever vendas futuras, os investidores decidem oferecer suas ações antecipadamente. Além disso, com a queda dos papéis, a ordem de zeragem das perdas, conhecida pelo termo ‘stop loss’, são acionadas, o que aumenta a quantidade de investidores vendendo ações. Isso resulta em uma queda ainda maior.
Questionados sobre a desvalorização, o Nubank soltou um comunicado ambíguo, que não aborda diretamente o tema:
“Nosso foco é impulsionar o crescimento de longo prazo e gerar valor para nossos acionistas e clientes. Da mesma forma, sempre reiteramos nossa posição de buscar o longo prazo e a qualidade de investidores que estejam alinhados à nossa visão estratégica para o negócio”
Vale reforçar que o fim da restrição para negociação das ações e BDRs não inclui os papéis recebidos pelos clientes que compraram o “pedacinho” do Nubank no programa NuSócios. Nesse caso, eles continuam impedidos de negociar os BDRs até dezembro.
Fonte: Seu Crédito Digital