Bolsas caem mundo afora com preocupações sobre altas de juros nos Estados Unidos e seus potenciais impactos na economia global
A aversão ao risco segue elevada neste início de semana, com investidores avaliando até que ponto o Federal Reserve terá que subir a taxa de juros para controlar a inflação — e quais serão os impactos disso na atividade econômica mundial.
Apostas de um aperto monetário mais duro nos Estados Unidos voltam a ganhar força. O rendimento do título do Tesouro americano de 5 anos renovou o maior patamar desde 2008 nesta manhã de segunda-feira, 9, como reflexo da expectativa de juros mais altos na economia americana.
Enquanto os juros sobem, bolsas de valores globais dão continuidade às quedas.
Veja a seguir o desempenho dos indicadores às 7h (de Brasília):
- Hang Seng (Hong Kong): – 3,81% (sexta-feira)
- SSE Composite (Xangai): + 0,09%
- FTSE 100 (Londres): – 1,31%
- DAX (Frankfurt): – 1,03%
- CAC 40 (Paris): – 1,40%
- S&P futuro (Nova York): – 1,62%
- Nasdaq futuro (Nova York): – 1,95%
- Petróleo Brent (Londres): – 1,62% (para US$ 110,56)
O S&P 500, principal índice de Wall Street, já está no menor patamar em 12 meses e o índice Nasdaq, na mínima desde 2020. O cenário cinzento também começa a tomar conta do mercado brasileiro.
A despeito do início de ano extraordinário, com a entrada de mais de R$ 60 bilhões de capital estrangeiro, os principais indicadores já dão sinais de desgaste.
O Ibovespa caiu 13,8% em relação à pontuação máxima do mês passado e está à beira de passar a acumular queda no ano — o que pode se concretizar ainda no pregão de hoje. Já o dólar, que esteve perto de R$ 4,60 há poucas semanas, terminou a última sessão cotado a R$ 5,07.
Parte da piora de percepção sobre o mercado local também deriva da China, onde medidas de restrição para controlar a pandemia seguem como ameaça ao crescimento econômico. Nesta madrugada, o minério de ferro desabou cerca de 7% na bolsa de Dalian, com investidores prevendo menor demanda do gigante asiático.
Nem mesmo resultados fortes de algumas das principais empresas do país, como Petrobras e Bradesco, têm segurado a bolsa. Na última sexta-feira, os papéis de ambas as companhias tiveram respectivas altas de 3,3% e 2,1%, após a divulgação de balanços, mas o Ibovespa fechou em queda.
Resultados de Itaú e BTG
Nesta segunda, investidores reagirão aos números do Itaú, divulgados nesta manhã. O banco teve lucro líquido recorrente de R$ 7,36 bilhões, 15% acima do apresentado no mesmo período do ano passado. O consenso de mercado da Bloomberg era de levemente abaixo, de R$ 7,24 bilhões.
Quem também divulgou seu resultado hoje cedo foi o BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da Exame). O lucro líquido ajustado do banco ficou em R$ 2,06 bilhões, representando um crescimento de 76% na comparação anual. A receita total foi de R$ 4,35 bilhões.
Azul, Via e outros balanços
Outro resultado previsto ainda para esta manhã é o da Azul. O consenso Bloomberg é de que a receita líquida da companhia fique em R$ 3,26 bilhões e o Ebitda em R$ 525 milhões. Investidores também estarão atentos a como se comportaram os custos da companhia em meio à alta do petróleo no primeiro trimestre.
A Via, uma das principais varejistas do país e dona das Casas Bahia e Ponto, apresentará seu resultado após o encerramento do pregão.
Fonte: Exame