No dia 11 de abril, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) afirmou que a bandeira sem tarifa deve permanecer por um bom tempo, pois não são esperadas novas mudanças até o final de 2022, portanto, é muito provável que não voltará a ter cobrança de tarifas esse ano. Ou seja, haverá uma redução do valor da conta de luz.
“Essa é a expectativa”, afirmou Luiz Carlos Ciocchi, diretor-geral do ONS, órgão que coordena e controla as operações de geração e transmissão de energia elétrica do Sistema Interligado Nacional (SIN).
Bandeiras tarifárias na conta de luz
O sistema de bandeiras tarifárias é o que estabelece o custo da energia. Quando a geração de energia não é o suficiente, é necessário usar as usinas termelétricas, o que eleva os custos. Dessa forma, as cobranças adicionais têm o intuito de compensar essa diferença e ajudam a frear o consumo.
A bandeira diz respeito aos valores da cobrança adicional na conta luz:
- Bandeira Verde – Condições favoráveis de geração de energia – sem cobrança adicional;
- Bandeira Amarela – Condições menos favoráveis – R$ 1,874 por 100 kWh consumidos;
- Bandeira Vermelha – Térmicas ligadas – dois patamares, sendo: um de R$ 3,971 e outro R$ 9,492 para cada kWh;
- Bandeira Escassez Hídrica – Custo de energia mais caro – R$ 14,20 por 100 kWh consumidos.
Criada por uma resolução do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), a bandeira tarifária escassez hídrica é a mais cara do sistema e desde setembro de 2021 tem incidido sobre a conta de luz dos brasileiros, como medida para cobrir os custos adicionais gerados em decorrência das ações de enfrentamento da escassez hídrica devido a pior seca em 91 anos.
Aumento do volume de chuvas
De acordo com Ciocchi, desde o final de 2021, tem sido registrado um aumento no volume de chuvas, o que ocasionou uma situação favorável aos reservatórios das usinas elétricas, possibilitando um ano mais tranquilo do que em 2021 em relação à conta de luz. “Sudeste e Centro-Oeste terminam o período de chuvas no melhor nível desde 2012”, destacou.
Hoje, 65% da geração de energia no Brasil é realizada pelas hidrelétricas, contudo, fontes de energias renováveis, como eólica, vêm tomando espaço no país e já representam 9% do total.
Embora as usinas hidrelétricas já tenham se recuperado, a contratação de térmicas emergenciais pelo governo é vista como acertada por Ciocchi, porque, segundo ele, elas são necessárias para uma recuperação a longo prazo e garantirão até 2025 a reserva de energia.
Fonte: SCD