As estimativas do mercado financeiro, após a deflação no mês de julho, apontam queda para a inflação deste ano. Saiba mais
Com base nos dados apontados pelo Boletim Focus, divulgado na última segunda-feira (30) pelo Banco Central, as projeções do mercado financeiro acerca da inflação para este ano apresentaram queda. A estimativa passou de 6,82% para 6,7%.
Para o levantamento, são consideradas as projeções de mais de 100 instituições financeiras do país. Esta foi a nona queda consecutiva em relação à taxa inflacionária apontada pelo mercado.
Inflação em 2022
A meta da inflação para este ano é de 3,5%, com margem de oscilação entre 2% e 5%. No entanto, o Banco Central já afirmou que a meta não será cumprida.
A atual inflação do país no acumulado de 12 meses é de 10,07%, com base nos dados divulgados pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) no mês de julho, que apresentou uma deflação de 0,68%. Para o mês de agosto, é esperado que outra taxa negativa apareça.
Uma tentativa de baixar a inflação é o ajuste da Selic, taxa básica de juros que, atualmente, está em 13,75% ao ano, o maior patamar em seis anos. Com os juros altos, os cidadãos tendem a consumir menos, o que pode fazer com que os preços baixem.
Ainda com juros altos, o preço de alguns produtos segue em alta. O grupo de alimentos, item que afeta diretamente as famílias brasileiras de forma mais expressiva, apresentou crescimento no último mês.
Inflação em 2023
A previsão para a inflação de 2023 também teve a taxa reduzida. Para o próximo ano, a estimativa passou de 5,33% para 5,30%, segundo o boletim. A meta central é de 3,25% com margem para oscilar entre 1,75% e 4,75%.
De acordo com analistas, os preços devem voltar a ficar pressionados no próximo ano, visto que as medidas adotadas pelo Governo Federal são temporárias e se encerram em dezembro deste ano. Dessa forma, com o início de 2023, os valores precisarão ser reajustados.
Teto do ICMS sobre itens essenciais
A redução das projeções da inflação ocorre após a fixação do teto do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre combustíveis, energia elétrica, telecomunicações e transportes, aprovada pelo Congresso Nacional no fim do mês de junho.
Com isso, os preços da gasolina e do etanol registram baixa desde então e influenciam demais setores. A energia elétrica também tem mostrado queda nos valores. Esses dois itens foram os principais responsáveis pela deflação registrada no mês de julho e devem seguir da mesma forma nos próximos meses.
Fonte: SCD